A Delegacia de Polícia de Lauro Müller concluiu uma investigação e indiciou uma mulher de 33 anos por comercializar produtos “emagrecedores” de origem ignorada e sem registro na Anvisa.
A apuração começou em junho de 2025, após denúncias de que algumas pessoas teriam procurado atendimento médico depois de ingerirem substâncias para emagrecimento. Durante as diligências, os investigadores identificaram que a suspeita vendia os produtos prometendo perda de peso sem contraindicações, alegando se tratar de “fitoterápicos”.
Com autorização judicial, foram cumpridas buscas na residência da investigada, onde a polícia encontrou e apreendeu dezenas de frascos do produto “Slim Shape”, em várias versões, contendo cápsulas de conteúdo desconhecido. Também foram recolhidos outros produtos de origem duvidosa, frascos vazios, rótulos e anotações de vendas. A ação contou com o apoio de servidoras da Vigilância Sanitária, que confirmaram a irregularidade na manipulação e comercialização das substâncias.
O material foi encaminhado à Polícia Científica, que constatou a ausência de informações sobre a origem dos produtos e a presença de substâncias controladas, conforme a Portaria SVS/MS nº 344/98. Entre elas, estavam Bupropiona (usada para tratar transtornos psiquiátricos e dependência de nicotina), Sibutramina (indicada para perda de peso em obesos), Fluoxetina e Amitriptilina (antidepressivos).
O consumo dessas substâncias, sem acompanhamento médico, apresenta sérios riscos à saúde, destacou a polícia. Além disso, foram detectadas Cafeína, Hidroclorotiazida, Bisacodil e Furosemida, compostos com efeitos diuréticos, laxantes e estimulantes.
As investigações apontam que a mulher adquiria a matéria-prima pela internet, acondicionava os compostos em frascos, aplicava rótulos personalizados e vendia os produtos em Lauro Müller e outras cidades, com entregas feitas por serviços de envio.
Com base nas provas, a suspeita foi indiciada pelos crimes previstos no artigo 273, §1º-B, incisos I e V, do Código Penal, combinado com o artigo 1º, VII-B, da Lei nº 8.072/90 (Lei dos Crimes Hediondos), e pelo artigo 275 do Código Penal. Caso seja processada e condenada pelos dois crimes, poderá receber pena de até 20 anos de prisão.
O resultado da investigação foi encaminhado ao Ministério Público, que irá avaliar a viabilidade de oferecer denúncia e dar início à ação penal.
