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Presidente da Cooperaliança vira réu por corrupção, peculato e lavagem de dinheiro

A denúncia feita pelo Ministério Público foi aceita pela Justiça

Foto: Arquivo/PCSC/Divulgação
Foto: Arquivo/PCSC/Divulgação

O presidente da Cooperaliança, em Içara, Reginaldo de Jesus, conhecido como Dede, se tornou réu após o juiz da Comarca de Içara, Rodrigo Barreto, aceitar denúncia do Ministério Público que aponta uma série de crimes supostamente praticados durante sua gestão. A decisão marca o início da ação judicial que vai apurar os fatos. As informações foram divulgadas pelo comunicador Adelor Lessa, na Rádio Som Maior.

No despacho, o magistrado destacou que a denúncia “representa os pressupostos processuais, nos termos do art. 41 do Código de Processo Penal, as condições para o regular exercício da ação penal e a justa causa necessária para sua deflagração”. Barreto também ressaltou que “os elementos indiciatórios produzidos indicam a suposta prática de crimes pelos denunciados”, citando especialmente peculato, corrupção passiva e lavagem de capitais em associação criminosa.

A investigação que resultou na denúncia levou cerca de dois anos e foi conduzida pela Polícia Civil de Içara, sob comando do delegado Rafael Iasco. O inquérito, com mais de 700 páginas, apontou diversas irregularidades, como recebimento de propinas de fornecedores, convertidas em materiais elétricos e repassadas a construtoras da região. Em troca, essas empresas teriam transferido imóveis para o presidente da cooperativa.

Também foram identificados desvios de materiais da Cooperaliança para loteamentos privados, fornecimento irregular de postes e mão de obra – o que é proibido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) – e superfaturamento na compra de luminárias, em alguns casos com valores até 2.000% acima do mercado. O excedente, segundo as apurações, teria sido destinado a um estacionamento de veículos ligado a Dede.

Outro ponto revelado pelo inquérito foi o uso indevido de recursos da cooperativa para fins eleitorais, incluindo compra de votos e manipulação de dados durante eleições. O delegado também destacou a rápida evolução patrimonial do presidente como fator que reforçou as investigações: “Identificamos movimentações financeiras até dez vezes maiores do que o declarado, além de depósitos fracionados e sem origem identificada”, disse Iasco em entrevista à rádio Som Maior.

Durante as apurações, Dede chegou a ser preso preventivamente para não atrapalhar as investigações, mas foi liberado posteriormente. Ainda assim, o inquérito seguiu reunindo provas até resultar na denúncia aceita pela Justiça.

O juiz Rodrigo Barreto determinou ainda que a Aneel seja comunicada das investigações para que adote as medidas cabíveis em sua esfera de atuação. Entre as sugestões levantadas no inquérito está a possibilidade de intervenção na cooperativa.

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