Trabalhadores e ex-empregados da empresa Canguru Embalagens, que desde 2003 tentam receber valores que têm direito a título de adicional de periculosidade, decidiram tentar reabrir negociações com a direção da empresa na tentativa de um acordo para por fim a disputa judicial. A contenda se constitui em uma das maiores ações trabalhistas de Criciúma e região. A estimativa é que cerca de 700 trabalhadores tenham direito.
As assembleias foram realizadas na manhã e início da noite dessa terça-feira (17), no salão anexo ao ginásio de esportes do Circulo Operário Criciumense, na Praça da Chaminé, bairro Próspera e a decisão foi por ampla maioria de votos dos presentes nas assembleias convocadas pelo Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Plásticas, Químicas e Farmacêuticas de Criciúma e Região, propositor da ação, como substituto processual dos trabalhadores.
Em processo judicial há 22 anos, a ação já transitou em julgado, com decisão no Tribunal Superior do Trabalho em 2014 e desde então passou por uma fase frustrada de negociação entre sindicato e empresa. Na última proposta, em 2023, a Canguru ofereceu 55% do total da dívida, índice rejeitado em assembleia e, desde então, o processo de execução tramita na 2ª Vara do Trabalho de Criciúma, sem previsão de quando será concluído, estando na fase de cálculos.
As assembleias desta semana decidiram, ainda, indicar seis trabalhadores para integrar uma “Comissão de Negociação” coordenada pelo Sindicato e pelo advogado Gilvan Francisco, representante dos trabalhadores no processo. “A intenção é aguardarmos até 30 dias por uma nova proposta da empresa para um acordo e neste período, com os trabalhadores, decidir encaminhamentos para mobilização do pessoal pelo direito já reconhecido pela justiça”, disse o presidente do Sindicato, Carlos de Cordes, o Dé.
