A Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) emitiu uma medida cautelar impondo restrições operacionais ao Aeroporto Regional Sul Humberto Ghizzo Bortoluzzii, de Jaguaruna, em vigor até março de 2026. A decisão foi tomada em razão de problemas de infraestrutura, principalmente ligados à largura da pista de pouso e decolagem.
Segundo a Secretaria de Portos, Aeroportos e Ferrovias de Santa Catarina, o terminal foi construído com uma pista de 2.500 metros de comprimento, mas com largura compatível à categoria 3C — classificação que permanece desde sua inauguração e também integra o contrato de concessão com a iniciativa privada. O órgão explica que, caso sejam necessárias obras fora do escopo original por conta de alterações regulatórias, a responsabilidade é do Estado.
A secretaria destacou que não há risco de paralisação das operações atualmente em andamento. Aeronaves como os modelos A319 e A320neo, amplamente utilizados pela Latam, podem operar normalmente dentro da categoria 3C. A restrição se aplica apenas ao modelo A320-200, que passará a exigir categoria 4C a partir de março do próximo ano.
O governo estadual convocou o consórcio concessionário responsável pelo aeroporto para uma reunião em Florianópolis nesta quinta-feira (23), com o objetivo de discutir a situação. O grupo já apresentou um plano de investimentos, atualmente sob análise técnica, e o Estado estuda encaminhar à ANAC um plano operacional que permita a continuidade das operações com o A320-200 sob regras especiais de segurança.
De acordo com a secretaria, o aeroporto já conta com um sistema PAPI (auxílio visual à navegação aérea) em uma das cabeceiras, e aguarda apenas a dispensa da licença ambiental para instalar o segundo equipamento.
Caso o plano operacional não seja aceito pela ANAC, o governo será formalmente notificado pela concessionária para executar a obra de alargamento da pista, conforme previsto em contrato. Ainda assim, o terminal deve manter suas operações com aeronaves compatíveis, como os modelos A319 e A320neo.
Atualmente, o Aeroporto Regional de Jaguaruna opera com 10 voos semanais, número que, segundo a secretaria, está abaixo do limite de 12 operações permitido. O órgão também negou qualquer restrição para voos noturnos, destacando que o sistema de iluminação e o PAPI em funcionamento garantem segurança para pousos e decolagens à noite.
