O orçamento da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) para 2025 cobre as despesas somente até outubro, segundo anúncio do reitor Irineu Manoel de Souza em coletiva de imprensa realizada nessa quinta-feira (13).
O objetivo da coletiva foi esclarecer os desafios financeiros enfrentados pela instituição, apresentar as ações adotadas para mitigar a situação e alertar a sociedade sobre a gravidade da crise orçamentária. As informações são do Portal ND Mais.
Segundo o reitor, o orçamento atual é insuficiente para as necessidades da UFSC. “Há uma década, as universidades sofreram um corte de 50% nos seus orçamentos”, revelou. Segundo a Secretaria de Planejamento e Orçamento da UFSC, o orçamento corrigido pela inflação caiu de R$ 305 milhões em 2015 para R$ 162 milhões em 2024.
Durante a coletiva, o reitor apresentou números que preocupam os gestores da UFSC. Em 2024, a instituição registrou um déficit de R$ 17 milhões, que será pago em 2025.
O governo federal liberou R$ 30 milhões, mas os dois primeiros meses de 2025 já acumulam um déficit de R$ 12 milhões. Até o final do ano, a previsão é de um déficit de R$ 35 milhões.

No evento à imprensa, a secretária de Planejamento e Orçamento, Andrea Trierweiller, detalhou as medidas adotadas pela gestão da UFSC para conter gastos, sem comprometer as atividades finalísticas de ensino, pesquisa e extensão.
Ela destacou o redirecionamento de R$ 325 mil para o duodécimo das unidades de ensino, enquanto as unidades administrativas não receberam repasses. Além disso, haverá revisão de contratos terceirizados, que somam cerca de 200.
Além dos cortes, Souza também apontou a extinção e a vedação de concursos para diversos cargos, agravando ainda mais a situação. Para manter a universidade em funcionamento, o reitor busca revisar contratos de terceirizados e pede suplementações financeiras ao governo federal.
“Essa situação já ocorreu em anos anteriores e sempre conseguimos suplementações”, afirmou.
O reitor da UFSC destacou ainda a mobilização da sociedade como sendo essencial para enfrentar a crise e a pressão para o governo federal cumprir o acordo da greve de 2024. Na ocasião, foi negociada a recomposição orçamentária e reestruturação de carreiras de docentes e técnicos-administrativos.
“É urgente alertar a sociedade e mobilizar esforços para garantir suplementação de recursos”, finalizou Souza.
Com informações: ND Mais