A morte de um homem atropelado na madrugada do dia 31 de agosto, na rodovia SC-370, em Braço do Norte, deixou de ser tratada apenas como um acidente de trânsito com omissão de socorro e passou a ser investigada como um possível crime. As apurações conduzidas pela Delegacia de Polícia da comarca, sob responsabilidade da delegada Marines Ferreira da Silva, revelaram que a vítima não teria ido voluntariamente para a pista, mas sim sido empurrada após um desentendimento.
De acordo com as diligências, que incluíram análise de imagens de câmeras de monitoramento da região e oitiva de testemunhas, a vítima, em visível estado de embriaguez, entrou em conflito com uma pessoa que trabalhava no local. Durante a discussão, o homem foi agarrado pelo pescoço e empurrado para a rodovia. Sem condições de se levantar, acabou sendo atingido por veículos que trafegavam no trecho.
As investigações identificaram quatro veículos que passaram pela via no período entre a queda da vítima e o atropelamento fatal. Dois motoristas desviaram e seguiram viagem, enquanto outros dois atingiram o homem. Os condutores desses automóveis já foram chamados para prestar depoimento e negaram ter percebido a presença da vítima. Ambos entregaram voluntariamente os veículos para perícia. Exames realizados pelo Instituto Geral de Perícias (IGP) apontaram a presença de vestígios compatíveis com resíduos humanos.
A Polícia Civil também identificou quatro pessoas que tiveram contato direto com a vítima momentos antes do atropelamento. As circunstâncias do conflito prévio ainda estão sendo apuradas, mas informações iniciais apontam que a discussão teria começado por conta de um cigarro.
Segundo a delegada, o inquérito segue em andamento e as provas periciais serão fundamentais para definir a responsabilidade criminal, tanto pelo empurrão quanto pela conduta dos motoristas envolvidos.