O vereador Ivan Vieira (PL) se manifestou nesta quinta-feira (11) após as declarações do colega Luan Varnier (MDB), que classificou como “viciado” o relatório da Comissão de Investigação e Processante (CIP) nº 001/2025. Vieira, membro da comissão, destacou que optou por apresentar um voto em separado diante da omissão do relator durante os trabalhos de interrogatório e após a análise da defesa apresentada por Varnier.
Segundo ele, a decisão foi tomada para garantir que os fatos apurados fossem registrados com fidelidade:
“Diante da postura do relator de não realizar perguntas ao investigado e, principalmente, após avaliar a defesa apresentada, tomei a iniciativa de elaborar o voto em separado. Apresentei esse voto aos demais membros, e o vereador José Bis, presidente da CIP, considerou que meu relatório refletia de forma mais fiel os fatos apurados ao longo dos trabalhos, em comparação com o relatório do relator. Com a aprovação do meu relatório pela maioria, entendemos que a responsabilidade deveria ser compartilhada com os demais vereadores. Assim, o caso foi encaminhado para votação em plenário“.
A manifestação de Vieira ocorre após a Justiça suspender, por meio de liminar, a sessão extraordinária da Câmara de Urussanga marcada para esta sexta-feira (12). A reunião decidiria o futuro político de Luan Varnier, denunciado por infrações político-administrativas.
Na decisão, o juiz Roque Lopedote, da 2ª Vara da Comarca de Urussanga, reconheceu falhas formais no relatório da comissão, entre elas a utilização de dispositivo legal aplicado a prefeitos em vez de vereadores. O magistrado entendeu que o erro comprometeu o devido processo legal e determinou a paralisação dos trabalhos da CIP até julgamento final do mérito.
Ao comentar a liminar, Varnier afirmou que se tratava de “uma vitória” e acusou Vieira e o presidente da comissão, José Bis, de acolherem um relatório “viciado”.
A CIP é composta por José Carlos José (PP), presidente, Jaison Vieira (MDB), relator, e Ivan Vieira (PL), membro. O processo de cassação segue suspenso até nova decisão judicial.
Com a liminar em vigor, a continuidade do processo de cassação de Varnier depende da análise definitiva do mérito pelo Judiciário. Até lá, ficam suspensos todos os atos posteriores da Comissão de Investigação e Processante.