Na véspera do início das oitivas da Comissão de Investigação e Processante (CIP) instaurada pela Câmara de Urussanga, o vereador Luan Varnier (MDB) usou suas redes sociais para rebater a acusação de envolvimento em um suposto caso de fura-fila na área da saúde. Segundo denúncia, enquanto exercia o cargo de secretário municipal de Saúde, ele teria favorecido um paciente em consulta oftalmológica no Centro de Especialidades da cidade.
“Eu não pedi para ninguém furar fila. Nunca pratiquei qualquer irregularidade. Tudo isso é uma armação para me tirar do jogo político”, afirmou Varnier em vídeo publicado nessa quinta-feira (31). O vereador alegou que, no período em que o paciente foi atendido, ele estava em viagem previamente agendada ao Nordeste, com ofício protocolado na Prefeitura.
“Cassação é o objetivo de alguns”, diz vereador
Luan Varnier questionou publicamente a condução da comissão e afirmou que há pressa de alguns membros em encerrar o processo para prejudicá-lo politicamente. “O que me parece é que não há intenção de apurar os fatos, mas sim de acabar com o meu mandato. Quando o adversário não consegue competir, tenta tirar você do jogo”, declarou.
Segundo o vereador, ele mesmo teria solicitado à prefeita a abertura de sindicância para apurar rumores sobre possíveis irregularidades. A sindicância, segundo ele, “foi inconclusiva e subjetiva”. Na sequência, foi instaurado um Processo Administrativo Disciplinar (PAD), ainda em andamento, sem conclusão ou encaminhamento ao Ministério Público. “Não há condenação, e já estou no banco dos réus da Câmara”, criticou.
Processo segue para fase decisiva
A CIP foi aberta pela Câmara com prazo de até 90 dias para conclusão. A etapa de oitivas, que deveria iniciar na quarta-feira (30), foi adiada para esta sexta-feira (1º) a pedido da defesa de Varnier. Segundo a comissão, a prorrogação foi concedida em caráter excepcional após a defesa alegar que só teve acesso a novos documentos no dia 29 de julho. O presidente da comissão, vereador José Carlos José (PP), acatou o pedido para evitar alegações de cerceamento de defesa.
Os depoimentos estão marcados para ocorrer entre 9h e 12h e das 13h às 16h, podendo se estender para segunda-feira (4), caso não seja possível ouvir todas as testemunhas. A comissão optou por manter os nomes dos depoentes em sigilo para evitar exposição. Estão previstas 11 oitivas, todas à portas fechadas, com participação apenas dos membros da comissão, assessorias jurídicas e servidores vinculados ao processo.
Após as oitivas, a defesa de Luan Varnier terá cinco dias úteis para apresentar as alegações finais. Em seguida, o relator da comissão, vereador Jaison Vieira (MDB), elaborará o parecer final, que será analisado pelos demais membros: o presidente Zé Carlos José e o vereador Ivan Vieira (PL). O relatório será submetido ao plenário da Câmara, que decidirá, por maioria absoluta, se aprova ou rejeita a cassação do mandato.
A Câmara também informou que o expediente desta sexta-feira (1º) foi suspenso para os servidores que não atuam diretamente na comissão, a fim de garantir o andamento dos trabalhos.