A manhã desta quarta-feira (25) foi oficialmente a mais a mais gelada desde 2016 no Sul de Santa Catarina, segundo o climatologista Márcio Sônego, da Epagri. Em Criciúma, nesta manhã, a estação meteorológica da Epagri/Unesc registrava -0,6°C, temperatura que não era atingida na cidade há nove anos. Em Tubarão, os termômetros marcavam 0,4°C na região da rodovia Ivane Fretta Moreira.
“Pelas minhas contas, desde 2016 não tínhamos uma temperatura tão baixa na região”, afirmou Sônego. Na época, os termômetros chegaram a -1°C. Já nesta manhã, além dos valores registrados ao nível do ar (a 1,5 metro de altura, conforme o padrão internacional), a régua de superfície chegou a registrar de 3 a 4 graus a menos, favorecendo a formação intensa de geada.
Além de Criciúma e Tubarão, outras cidades da região também sentiram o rigor do frio. Em Jaguaruna, a estação da Epagri marcou 2°C positivos, o que já é suficiente para formação de geada nas áreas mais baixas. Em Balneário Rincão, a estação meteorológica na plataforma de pesca marcou 4°C sobre o mar, e em bairros da Zona Sul os termômetros chegaram a 5°C. Mesmo com o frio intenso, pescadores se arriscaram no mar logo nas primeiras horas do dia.
Na região da Serra, o frio foi ainda mais intenso. Em Bom Jardim da Serra, uma estação particular registrou impressionantes -9°C. Em Urupema, a estação oficial indicou -8,1°C, pouco abaixo do valor do dia anterior, que havia marcado -8,2°C.
Outras regiões do Sul do Brasil também enfrentaram temperaturas negativas. Em Curitiba, os termômetros marcaram -2°C. No Rio Grande do Sul, Piratini teve -2°C e, na fronteira com o Uruguai, as temperaturas ficaram próximas de 0°C. No Sudeste, a Serra da Mantiqueira registrou entre -5°C e -7°C.
Segundo Márcio Sônego, o frio intenso se estende desde o Mato Grosso do Sul até o Norte da Argentina e o Uruguai. A abrangência e intensidade do fenômeno reforçam que esta é, de fato, a manhã mais fria do ano e, para o Sul catarinense, um marco que não se via desde 2016.
Previsão: temperaturas sobem ligeiramente, mas previsão indica tempo instável com chuva entre quinta e domingo
Após registrar a manhã mais fria em quase uma década, com geada em diversas cidades da região Sul catarinense, o tempo deve mudar significativamente nos próximos dias. De acordo com o climatologista da Epagri, Márcio Sônego, o pico do frio foi nesta quarta-feira (25), com temperaturas negativas e intensas formações de geada. A partir de quinta-feira, o amanhecer já não será tão gelado e o clima entra em transição.
“Amanhã, quinta-feira, começa com tempo encoberto e mínima em torno de 8°C. A máxima não passa dos 14°C, mesmo com a instabilidade e possibilidade de chuva ao longo do dia”, afirma Sônego. Na sexta-feira, o tempo deve seguir nublado, sem precipitação, mas as temperaturas continuam baixas: mínima de 12°C e máxima novamente não ultrapassando os 14°C.
Já no sábado, a previsão aponta o retorno da chuva a partir da tarde, que deve se estender até a manhã de domingo. A próxima semana começa com tempo firme, ao menos na segunda e terça-feira, o que deve trazer certo alívio após os dias de instabilidade.
Apesar do frio dar uma trégua temporária, a preocupação se volta para o volume de chuva acumulado no fim de semana. “A previsão indica que, somando as precipitações de quinta, do fim de semana e da próxima terça, podemos ter um acumulado significativo aqui na região”, alerta o climatologista.
Além disso, Sônego chama atenção para a situação no Rio Grande do Sul, onde ainda há impactos severos das enchentes. A expectativa é de mais 150 mm de chuva nos próximos dez dias na Serra Gaúcha, o que pode elevar novamente o nível do Guaíba, agravando a crise hídrica no estado vizinho.
Enquanto isso, em Santa Catarina, os próximos dias serão de atenção redobrada: menos frio, mas com mais instabilidade e possibilidade de chuva persistente, especialmente entre quinta e domingo.